Conhecido como 'chapéu com a cruz preta na testa', o objeto foi escolhido ao acaso durante uma das férias do sertanejo. Atualmente, o chapéu é vendido pela irmã de João Carreiro e fabricado por uma marca especializada em produtos country.
A irmã de João Carreiro, Ladeniz Corrêa, para contar a história que existe por trás deste chapéu emblemático. Durante os velórios, em Campo Grande (MS) e Cuiabá (MT), o objeto ficou sobre o corpo do artista. O sertanejo também foi sepultado com um exemplar do chapéu, segundo Ladeniz. Nessa quarta-feira (10) fez uma semana da morte do sertanejo.
inda sem processar completamente a partida recente do irmão - que morreu durante uma cirurgia no coração, no dia 3 de janeiro, em Campo Grande -, Ladeniz relembrou como o chapéu surgiu entre 2009 e 2010.
"O chapéu que ele usava ficou conosco. Ele foi enterrado junto com um chapéu igual. O que ele usava está em casa, queremos colocar em um lugar muito especial, já que era a marca registrada dele. Será mais um item para lembrarmos dele".
João Carreiro estava em férias, no litoral de Santa Catarina. Era entre 2009 e 2010, o cantor foi avisado de um compromisso inesperado pelo empresário. Como estava na praia, o artista estava sem chapéu de cowboy.
"Não sei precisar a data. Ele não tinha levado bota, chapéu, nada. O antigo empresário entrou em contato e falou que meu irmão tinha que ir a um compromisso, mas ele não tinha levado a roupa de trabalho. Ele passou em uma galeria, entrou, encontrou o chapéu daquele jeitinho", relembra Ladeniz.
A ideia do chapéu chamativo não agradou todos que estavam com o sertanejo naquele momento, como irmã do artista pontuou. "Ele colocou o chapéu e nunca mais tirou, virou a marca registrada do João Carreiro".
A partir daquele dia, o chapéu se tornou indispensável para o cantor. Ladeniz brinca sobre a companhia do objeto, João Carreiro "podia sair sem roupa para um show, mas sem o chapéu, não!".
"Todo mundo começou a comentar sobre o chapéu. Ele colocou na cabeça e virou um sucesso, por ser chamativo, o pessoal chamava o chapéu dele de 'chapéu com a cruz preta na testa'. O objeto virou a marca registrada dele", comentou a irmã do sertanejo.
Parceria com marca e vendas
"Surgiu a parceria com uma empresa de chapéus, chegou a ser o mais vendido entre todos da loja", lembra Ladeniz.
Em 2021, João Carreiro e Ladeniz abriram uma loja on-line. No site, os dois administravam as vendas dos chapéus personalizados e outros artigos específicos. A maioria dos produtos tinham estampado a cruz preta, típica do chapéu do sertanejo.
"O João Carreiro sempre foi o espelho da nossa família, sempre queria ajudar todo mundo. Ele teve a ideia de fazer uma loja on-line. Até hoje eu cuido da loja. Fazemos camisetas, chapéus e outros produtos. Tudo com a marca, virou a marca registrada dele: o cantor com a cruz na testa".
Luto e perda recente
Ainda tentando processar a morte do irmão, Ladeniz lembra dos últimos momentos que passou com o irmão. O cantor se apresentou, pela última vez, na festa de virada do ano em Pedra Preta, a 243 km de Cuiabá. Na festa, a família toda estava presente.
"Fui morar com ele seis meses antes da cirurgia. Toda a família estava junto, estávamos em vibração com ele. Ele era companheiro, o esteio da família. Ele não era uma pessoa de tantas palavras, ele falava com o olhar", comentou Ladinez.
"Estamos tentando processar a situação ainda. Somos gratos com carinho e palavras de amor, que custamos a acreditar na morte. Nós ficamos juntos até o último momento. Não processamos nada ainda. Tenho a sensação que ele está na chácara e que isso é um pesadelo", com a voz embargada, relatou Ladeniz.